Um corpo estranho, mas pertencente

*Por Ste Aymara

Foto: Ste Aymara/ Arquivo Pessoal

Quando um imigrante andino vem ao Brasil se sente assim, como um estranho. Como se estivesse em outra dimensão. E, infelizmente a xenofobia e o racismo contra a pele marrom reforçam essa percepção nossa. Digo isso com a vivência de uma mulher boliviana do povo Aymara.

Mas, nossa pele aqui também tem a cor da terra, a cor de Pachamama. O sol aqui também nos aquece, como aqueceu nosso país de origem. Tata Inti também está aqui presente.

Nossos parentes, indígenas, também carregam forte e com orgulho, seus costumes ancestrais e respeito aos mais velhos, aos ancestros. E o ator de comer e dançar não é algo banal. É a confraternização de um povo, de uma história, de um rito de passagem muitas vezes.

Sim, somos estrangeiros em outra terra, mas ironicamente, também somos pertencentes à ela! Pois nossos povos já habitavam aqui antes, cada um em seu território, é verdade. Mas, todos com um objetivo: proteger os saberes da terra, os saberes originários. Aprender a ensinar aos mais novos, acompanhados dos nossos Encantados e de nossos Ancestros.

Viemos de longe, mas também somos pertencentes.

*Ste Aymara é colunista da Rádio Yandê. Criadora de conteúdo digital, palestrante, modelo e comunicadora do povo Aymara, na Bolívia. Ste vive atualmente no Brasil.

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