
De 16 de abril a 12 de maio de 2025, o Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, será território audiovisual dos povos originários.
Agenda Cultural | Abril é mês de luta e celebração para os povos indígenas do Brasil. E no coração do centro histórico do Rio de Janeiro, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB RJ) apresenta uma verdadeira demarcação simbólica: a mostra Cosmologias da Imagem: Cinemas de Realização Indígena, reunindo 33 filmes de cineastas indígenas de diversas etnias e territórios. De 16 de abril a 12 de maio, a entrada é gratuita.
Com curadoria da antropóloga e documentarista Júnia Torres e da cineasta e artista visual Olinda Tupinambá, a mostra é uma celebração do cinema feito por nós, povos indígenas, com nossas próprias câmeras, nossas vozes, nossos corpos e visões de mundo. É mais do que cinema – é retomada estética, política e espiritual.
Cinema como território e resistência
A programação traz 12 longas e 21 médias e curtas-metragens, reunidos em cinco eixos temáticos que abordam as múltiplas dimensões da experiência indígena no cinema:
- Terra e Território
- Direito à Diferença
- Fluidez da Forma
- Cinemas da Floresta, do Sonho e da Luta
- Para Adiar o Fim do Mundo
São obras que desafiam as lógicas do cinema tradicional, misturando ficção, documentário, performance e ritual, com estéticas singulares que dialogam com a terra, o corpo, a memória e o futuro.
Entre os destaques, estão filmes como:
- Nūhū Yãg Mū Yõg Hãm: Essa Terra é Nossa! (Maxakali)
- As Hiper Mulheres (Kuikuro)
- Kaapora, o Chamado das Matas e Ibirapema (Tupinambá)
- Yvy Pyte – Coração da Terra (Guarani Nhandeva)
- Bakish Rao: Plantas en Lucha (Baniwa e Shipibo-Conibo)
- Aguyjevete, Avaxi’i (Guarani Mbya)
A mostra também realiza mesas-redondas e sessões comentadas, com a presença de cineastas como Olinda Tupinambá, Alberto Alvares e Patrícia Ferreira Pará Yxapy, entre outrxs.
Uma mostra para reencantar as telas
Segundo a curadora Olinda Tupinambá, “o cinema indígena apresenta um olhar de descolonização à imagem dos indígenas”. Já para Júnia Torres, “as obras reconfiguram significativamente a linguagem do cinema documental ao registrar práticas e narrativas onde o corpo, os rituais e o ambiente natural são protagonistas da construção visual e sonora”.
Esse movimento não só amplia o entendimento sobre a identidade indígena contemporânea, como também reafirma a potência da autorrepresentação. São cosmologias que atravessam a lente da câmera para curar, afirmar e transformar.
Representatividade real e radical
Com produções de povos como Maxakali, Guarani, Kayapó, Huni Kuin, Xakriabá, Yanomami, Karapotó, Tupinambá, Baniwa, Fulni-ô, Tupi, Kuikuro, Kaiabi e muitos outros, a mostra é um marco no Abril Indígena e na história do audiovisual brasileiro.
A Rádio Yandê convida todxs para prestigiar, divulgar e refletir sobre o impacto político, cultural e espiritual desse movimento que já é um dos mais relevantes do cinema nacional atual.
Cosmologias da Imagem: Cinemas de Realização Indígena
De 16 de abril a 12 de maio de 2025
Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB RJ
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro
Entrada gratuita. Ingressos disponíveis no site bb.com.br/cultura ou na bilheteria física a partir das 9h de cada dia.
Para mais informações e programação completa, acesse: bb.com.br/cultura
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