“Indígenas dizem NÃO: Trump quer impor nome ligado ao genocídio como condição no futebol dos EUA”

Por Flickr user dbking – https://www.flickr.com/photos/bootbearwdc/207504734/, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1461455

Em mais um capítulo da disputa simbólica entre memória e desrespeito, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu a polêmica sobre o nome antigo do time de futebol americano de Washington, hoje conhecido como Commanders. A fala de Trump, feita em sua rede Truth Social, pressiona para que a franquia retome o nome “Redskins” (Pele Vermelhas) termo amplamente reconhecido como racista e ofensivo pelos povos indígenas norte-americanos.

A ameaça, feita de maneira pública e estratégica, mira o novo estádio da equipe previsto para ser construído na capital estadunidense até 2030. Trump declarou que não apoiará o projeto se o time não voltar a usar o nome anterior e se desfazer do atual, que ele classificou como “ridículo”.

O nome “Redskins” foi oficialmente abandonado em 2020, após anos de luta de organizações indígenas e aliados. O termo remete diretamente a um passado de violência, genocídio e desumanização dos povos originários nos Estados Unidos, e sua permanência como nome de um time profissional era lida como um símbolo doloroso da colonialidade ainda enraizada no esporte e na cultura americana.

Desde 1997, o time não joga na capital e se transferiu para Landover, em Maryland. Agora, negociações recentes indicam um possível retorno a Washington, com planos de novo estádio. Trump tenta capitalizar politicamente esse retorno ao promover a volta do nome ofensivo, uma postura que dialoga com seu histórico de ataques à diversidade e aos direitos civis.

Apesar do tom de imposição, Trump não possui poder direto para impedir o projeto, uma vez que o Distrito de Columbia possui autonomia administrativa. Ainda assim, o ex-presidente já deixou escapar o desejo de assumir maior controle federal sobre a cidade, alimentando temores de centralização autoritária.

Do outro lado, organizações indígenas como o Congresso Nacional dos Índios Americanos (NCAI) e a Cultural Survival continuam firmes na denúncia do uso de estereótipos racistas no esporte. Elas reafirmam que o respeito à identidade indígena não é questão de opinião, mas de justiça histórica. Já a Native American Guardian’s Association, em um movimento controverso, defende o uso do termo como suposto “tributo cultural”, uma posição criticada por diversas lideranças indígenas, que veem nesse discurso uma estratégia assimilacionista e de apagamento das verdadeiras dores que nomes como esse carregam.

Entre torcedores, há divisões. Enquanto alguns defendem o retorno do nome por nostalgia, a maioria da população tem acolhido bem a mudança para Commanders, como mostram levantamentos recentes de opinião.

Essa tentativa de retrocesso revela que os nomes carregam mais do que letras: são portadores de memória, de feridas e de lutas por reconhecimento. Em pleno século XXI, qualquer política que busque validar a desumanização dos povos originários precisa ser nomeada como tal: racismo institucional.

Por Redação Yandê

Na Rádio Yandê, seguimos dizendo: não é só sobre esporte, é sobre dignidade.

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