Tecendo Alianças de Resistência: compartilhando dores, lutas, esperanças e as vitórias com os povos indígenas de Chiapas/México 

14 DEZ 2017
14 de Dezembro de 2017
Por Iperegayu munduruku


Durante os dias 5 a 14 de dezembro, nós mulheres do povo Munduruku: Alessandra Korap (liderança da Associação Indígena Pariri) Maria Leusa Cosme Kaba Munduruku (liderança do Movimento Munduruku Ipereg Ayu) e Ana Vitória Munduruku participamos de atividades e compartilhamos das nossas resistências junto aos movimentos indígenas que estão em Chiapas, no sul do México.

No dia 05 de dezembro, chegamos em Chiapas-México e nos reunimos na cidade de Chapultenango com o povo Zoque e o Movimento Indígena do Povo Zoque em Defesa da Vida e da Terra (Movimiento Indígena del Pueblo Creyente Zoque en Defensa de La Vida y la Tierra – Zodevite). Esse movimento está começando uma importante luta em defesa do território, reunindo as diversas organizações do povo contra as ameaça dos grandes empreendimentos. Esse ano eles tiveram uma grande vitória, conseguiram suspender o leilão do governo que ia conceder o seu território para a exploração de petróleo.

No dia 06 de dezembro, seguimos para compartilhar experiências no município de Acteal  com a Organização Sociedade Civil das Abelhas de Acteal (Organización de la Sociedad Civil Las Abejas de Acteal). Essa organização foi criada em 1992 e tem uma história de muita dor e muita luta. Em 1997, 45 parentes dessa organização foram assassinados em um grande massacre promovido por grupos armados, chamados de paramilitares. Sua luta desde então é para não esquecermos desse massacre e para a responsabilização dos culpados por esse crime, que inclui também o próprio Estado Mexicano que formou clandestinamente esses grupos armados e que apesar de estar próximo da comunidade não fez nada para impedir esse massacre. Além dessa luta, a organização também está em resistência contra os grandes empreendimentos que o governo e as empresas querem fazer no seu território.


No dia 07 de dezembro visitamos o Centro Estadual de Línguas Arte e Licenciatura Indígena em San Cristóbal de Las Casas, centro que foi criado e firmado após o levante zapatista de 1994, nos Acordos de San Andrez. Em Chiapas se falam 12 línguas indígenas. Eles apresentaram para a gente um projeto de formação de jovens indígenas em audiovisual para eles mesmo fazerem vídeos contando a história do seu povo.

Durante os dias 5 a 14 de dezembro, nós mulheres do povo Munduruku: Alessandra Korap (liderança da Associação Indígena Pariri) Maria Leusa Cosme Kaba Munduruku (liderança do Movimento Munduruku Ipereg Ayu) e Ana Vitória Munduruku participamos de atividades e compartilhamos das nossas resistências junto aos movimentos indígenas que estão em Chiapas, no sul do México.


No dia 05 de dezembro, chegamos em Chiapas-México e nos reunimos na cidade de Chapultenango com o povo Zoque e o Movimento Indígena do Povo Zoque em Defesa da Vida e da Terra (Movimiento Indígena del Pueblo Creyente Zoque en Defensa de La Vida y la Tierra – Zodevite). Esse movimento está começando uma importante luta em defesa do território, reunindo as diversas organizações do povo contra as ameaça dos grandes empreendimentos. Esse ano eles tiveram uma grande vitória, conseguiram suspender o leilão do governo que ia conceder o seu território para a exploração de petróleo.


No dia 06 de dezembro, seguimos para compartilhar experiências no município de Acteal  com a Organização Sociedade Civil das Abelhas de Acteal (Organización de la Sociedad Civil Las Abejas de Acteal). Essa organização foi criada em 1992 e tem uma história de muita dor e muita luta. Em 1997, 45 parentes dessa organização foram assassinados em um grande massacre promovido por grupos armados, chamados de paramilitares. Sua luta desde então é para não esquecermos desse massacre e para a responsabilização dos culpados por esse crime, que inclui também o próprio Estado Mexicano que formou clandestinamente esses grupos armados e que apesar de estar próximo da comunidade não fez nada para impedir esse massacre. Além dessa luta, a organização também está em resistência contra os grandes empreendimentos que o governo e as empresas querem fazer no seu território.


No dia 07 de dezembro visitamos o Centro Estadual de Línguas Arte e Licenciatura Indígena em San Cristóbal de Las Casas, centro que foi criado e firmado após o levante zapatista de 1994, nos Acordos de San Andrez. Em Chiapas se falam 12 línguas indígenas. Eles apresentaram para a gente um projeto de formação de jovens indígenas em audiovisual para eles mesmo fazerem vídeos contando a história do seu povo.


Ainda no dia 07 visitamos a Universidade da Terra. É uma universidade para os jovens indígenas das comunidades, mas que funciona de uma forma bem diferente. Os cursos são escolhidos a partir da demanda e da necessidade das comunidades. Tem cursos de padaria, eletricidade, mecânica, rádio, marcenaria, pintura, musica, escritura, edição de livros e outros. O tempo que cada aluno vai ficar na universidade é decidido por ele e por seus professores, porque cada um tem um tempo diferente de aprender e cada um busca um certo tipo de conhecimento. Os alunos podem fazer vários cursos de uma vez. Quando eles se formam, eles não recebem certificado, a escola é totalmente autônoma e a ideia é que ele possa voltar para a sua comunidade com o conhecimento necessário para apoiá-la.


No dia 08, 09 e 10 ficamos na Missão Bachajón, no município de Bachajón conhecendo as experiências do governo comunitário e da Cooperativa das Mulheres Bordadoras de Flores. Compartilhamos nossas experiências com o Movimiento en Defensa de la Vida y el Territorio – Modevite/Chilón e Sitalá. Esse movimento surgiu a partir da defesa do território contra a construção de uma estrada que cortaria suas terras e serviria apenas aos estrangeiros e ao capital. A partir dessa luta estão avançando para a construção de governos autônomos, para acabar com a disputa entre partidos no meio das suas comunidades, que vem trazendo só desunião. Eles querem eleger seus representantes conforme seus costumes e organizar o município da sua forma, para atender às suas necessidades. A cooperativa formada por mais de 200 mulheres indígenas também foi uma forma de fortalecer a comunidade através da geração de renda, criando autonomia econômica.
No dia 11 de dezembro compartilhamos nossas lutas com a Junta de Bom Governo do Caracol de Morelia, território Zapatista, no município de Altamirano. Eles explicaram para a gente o longo caminho de construção da autonomia no seu território. Essa é uma experiência única, que envolve toda as áreas da vida em comunidade, como saúde, educação, justiça comunitária, organização política, produção agroecológica, autodefesa, cooperativas autônomas de artesanato.
No dia 12 de dezembro compartilhamos nossas experiências no Frayba (Centro de Derechos Humanos Fray Bartolomé de la Casas A.C.) que se localiza na cidade de San Cristobal de Las Casas. Esse é um centro de direitos humanos que trabalha diretamente com as comunidades acompanhando seus processos de defesa do território e lutando contra a violação de direitos, como casos de tortura, desaparição forçada e deslocamento forçado. Seus princípios são: aprender, compartilhar e acompanhar.


No dia 13 de dezembro, estivemos na livraria La Cosecha, onde compartilhamos a experiência da luta das mulheres Munduruku na defesa do território contra os grandes empreendimentos. Foi um momento aberto ao público da cidade de San Cristóbal, quando participaram organizações e outros movimentos que estão na mesma luta que a gente. 
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